Tenho assistido e lido muita coisa sobre esse
movimento chamado “rolezinho”, que começou como uma brincadeira promovida por alguns
jovens da periferia e acabou se transformando num movimento de comoção social.
E tudo graças às tais redes sociais, verdadeira arma de mobilização.
E o que tem de psicólogo, antropólogo, sociólogo,
teólogo e muitos outros tipos de “ólogos” dando depoimentos, defendendo ou
atacando teses, tentando explicar a origem e as verdadeiras causas desse
movimento... Uns falam que trata-se de um “movimento de minorias, escravizadas
nos guetos da periferia, que estão se rebelando contra a classe média
consumidora”. Outros dizem que “trata-se de um movimento de revoltados com a
falta de oportunidades que a sociedade impõe”.
Parei!!!! Tento entender, assistindo alguns eventos
promovidos por esses jovens e o que percebo? Um monte de gente que entra num
shopping, templo sagrado da classe média consumidora, com o objetivo claro de “incomodar”
a calma do local e o povo frequentador.
O que eles querem é chamar atenção. Não basta
postar coisas nas redes sociais. Eles querem mais, fazer do tal “rolezinho” um
verdadeiro “reality show” da periferia. Não fazem questão de esconder o rosto,
tiram as camisetas e saem desfilando suas bermudas bem abaixo da cintura, com
metade da cueca aparecendo, cantando músicas de baixo nível, provocando todo
mundo. É para chocar mesmo. Mas, vejo muito menos como um movimento de cunho
social, reivindicatório. O tom de reivindicação veio depois do início do movimento,
com aqueles eternos engajados que vem falar em nome dos oprimidos, mais
esclarecidos e prontos para teorizar o movimento.
Esse movimento começou com um movimento de quem não
tem o que fazer. Estamos aqui à toa, cansados de dar “rolezinhos” nas praças da
periferia e queremos expandir nosso raio de ação. Por que não os shoppings? Lá
tem muito espaço, é bem iluminado, tem ar condicionado e muita gente para “zoar”.
Já a classe média consumidora, conservadora como
poucas, se chocou, porque querem distância da pobreza. Daí, vem o embate. Um
bando de jovens sem causa da periferia, sem ter o que fazer, indo fazer baderna
no templo da classe média. Virou condição de total antagonismo mesmo.
Agora, fosse inicialmente um movimento sério, e
teríamos um bando de jovens buscando melhores condições de vida na periferia, pelo
fim da violência, com mais escolas e, principalmente, educação de qualidade. Com
isso, se capacitariam a ter melhores oportunidades de trabalho e,
consequentemente, melhores condições de vida. Estariam reivindicando locais
para prática esportiva, para lazer, acesso à cultura e coisas do tipo. Se bem
que percebemos que alguns líderes começam a se preocupar em mostrar que há
fundamento nesse movimento, talvez pegando uma carona no sucesso do mesmo.
Tomara que dê resultado nesse sentido.
Só que quando afirmo que esse movimento começou com
um bando de gente que não tem o que fazer, é porque nunca foram efetivamente
cobrados de alguma coisa. Vejo um total descaso e uma total falência na
instituição familiar, casos de absoluta falta de educação, de respeito ao
próximo, de cobrança mesmo! Será que alguns desses “rolezetes” frequentam
escolas? Se frequentam, como está o desempenho escolar? Os pais cobram alguma
coisa deles? Frequentam reuniões com os professores? Participam da vida escolar
desses meninos? Não estou afirmando, estou somente perguntando e desejando
deixar essas perguntas no ar para uma reflexão mais apurada.
Mas, de uma coisa eu tenho certeza! Fossem alguns
pais mais rigorosos e dedicados à verdadeira educação de seus filhos e muitos
deles não estariam hoje chorando pelas atitudes inadequadas dos atuais
delinquentes.
Até porque, no meu tempo, de estudante de primeiro
grau (faz muito tempo mesmo!!), se fosse mal na escola, a professora chamava
minha mãe para conversar. Levava uma bronca da professora e outra quando
chegava em casa.
Hoje em dia, se a professora dá bronca em algum
aluno, corre sério risco de perder o emprego, pois os pais do aluno irão tirar
satisfação. Isso sem falar do psicólogo do colégio, que não permite que o
professor passe alguma descompostura no aluno, pois tal ato poderá causar um
trauma no pobrezinho.
Os tempos mudaram muito!!!
É verdade! Você está coberto de razão, um movimento que só começou pela desocupação e falta de educação.
ResponderExcluirÉ verdade! Você está coberto de razão, um movimento que só começou pela desocupação e falta de educação.
ResponderExcluirObrigado pelos comentários recebidos por e-mail de Sérgio Ricardo, Névio Salerno e Thales Cabral.
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